Estamos numa época em que ser o líder da nossa vida é algo cada vez mais sugerido, pedido ou mesmo urgente! Ouve-se falar muito de vários tipos de liderança, como por exemplo, a liderança de equipas, social, política ou, mesmo, religiosa, no entanto, a liderança à qual quero dar enfoque é a liderança pessoal.

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Pode achar estranho, mas creio que esta é a liderança essencial para que todos os outros tipos de liderança possam funcionar na sua integridade. Esta é a liderança de podermos ser nós próprios a decidir, a criar e a assumir a responsabilidade (habilidade de resposta) ao feedback da vida de uma maneira consciente, calma e autónoma sem ter necessidade de ter alguém que faça isso por nós. Para isto acontecer foram feitas várias perguntas baseadas em certas inquietações minhas e de mais pessoas que decidiram ter o poder de gerir e criar a sua vida, nos mais variados setores.

  • Será que para ser o líder da nossa vida é preciso ter uma determinada atitude?
  • Será que é preciso um método para tal?
  • Ou será simplesmente uma questão de escolha e filosofia de vida?

Os 3 passos que o vão ajudar no seu caminho

Ao procurar a resposta a estas perguntas através da minha experiência, observação e integração em grupos de empreendedorismo, criei um sistema de 3 passos que me tem ajudado muito no meu caminho.

O 1º passo nasceu quando percebi que realmente era preciso ter uma atitude resiliente, determinada, focada em soluções e uma vontade forte em dar resposta a certas inquietações internas. Percebi que isto é extremamente necessário para começar a tomar consciência do que realmente faz sentido e é significativo para mim. Obviamente, ao tomar esta atitude corro o risco de falhar ou de ter que me deparar com o peso de julgamentos externos, mas só assim posso saber quem realmente sou. Dei o nome de Identidade a este passo. Ao conhecermo-nos melhor, garantimos uma maior autogestão emocional e relacional, que nos permite ir criando a nossa realidade de uma maneira mais coerente e clara. Nesta continuidade podemos:

  1. Clarificar o que realmente faz sentido e tem significado para a nossa vida. Será que faz sentido possuirmos muitas coisas? Fazermos muitas atividades, mas que depois só nos criam dispersão? Ou ser alguém que pensamos que temos de ser em prol de um reconhecimento externo?
  2. Saber que atitude e hábitos queremos que definam quem realmente decidimos ser, interrogando-nos até que ponto somos coerentes no nosso comportamento em relação a esta decisão. Com isto, pergunto: Que hábitos ainda nos impedem de ser mais positivos, confiantes e autênticos?
  3. Tomar consciência de que recursos, dons e capacidades temos neste momento, refletindo em que ações, serviços ou, mesmo, hobbies sobressaem estas nossas características de uma maneira espontânea, fácil e prazerosa.
  4. Sentir que necessidades e inquietações nos têm emergido ultimamente, pensando no que nos faz ficar inquietos na nossa vida, assim como o que intuímos que é primordial existir no nosso século e geração. Ao respondermos a estas questões, já muita coisa poderá surgir, mudar, ou mesmo, desaparecer da nossa realidade, no entanto, é na incerteza que reina a riqueza e a beleza da vida…

O 2º passo chamado missão nasceu no seguimento de dar expressão ao 1º passo, surgindo a necessidade de saber o que nos apaixona e nos dá prazer de fazer. Com isto, poderemos agora tornar consciente:

  1. O que me apaixona, me faz vibrar e me dá prazer de viver? Para respondermos a esta pergunta podemos começar por pensar no que é que nós fazemos que nos dá energia e nos faz esquecer o tempo…
  2. O que realmente me motiva todos os dias para me levantar da cama? Será que é a minha segurança financeira, os meus filhos, a minha necessidade de reconhecimento numa empresa ou simplesmente viver cada dia apaixonado por aquilo que sou e faço?
  3. O que sentimos que queremos e podemos fazer agora para poder servir a nossa sociedade/mundo e, ao mesmo tempo, nos traga alegria, entusiasmo e propósito para a nossa vida? Quais serão as necessidades emergentes neste momento no contexto onde vivemos? Qual a nossa verdadeira disponibilidade e motivação para tal?

Ao finalizar este 2º passo começou a fazer sentido haver um 3º passo, pois falta o como pôr em prática a nossa identidade alinhada com a nossa missão. Nesse sentido, deixo-lhe mais questões para refletir, tais como:

  1. Quem poderíamos já contactar para começar a criar e a viver o que nos apaixona? Teremos algum amigo, colega, familiar ou conhecido que nos possa ajudar?
  2. Como e onde poderemos já dar a conhecer e pôr em prática as nossas capacidades e recursos, que nos vão ajudar a estar mais alinhados com o nosso propósito? Quem e que sítios poderiam beneficiar com os nossos recursos?
  3. Quais as nossas intenções para este ano que estão em sintonia com as nossas necessidades e inquietações internas? As nossas intenções não são os nossos desejos, mas sim, os nossos verdadeiros objetivos… Devemos sentir e pensar nelas para não nos enganarmos. Para as podermos descobrir, devemos definir objetivos e pensar na razão pela qual os queremos.
  4. O que sinto que é prioritário para mim AGORA? As prioridades terão sempre que ser baseadas nas nossas necessidades e não nos nossos desejos. Paremos, escutemos e sintamos… O que realmente precisamos e faz sentido AGORA ser e fazer em direção à nossa intenção. Depois de refletirmos, integrarmos e começarmos a pôr em ação, há que ter em conta que só podemos controlar o que depende de nós e o que está ao nosso alcance.Além disso, só podemos criar através de decisões baseadas em crenças positivas, consistentes e que expandem a nossa automotivação e valor próprio. Para isto acontecer é preciso estarmos atentos ao nosso diálogo interno, aos nossos pensamentos correntes, principalmente aqueles que ocorrem antes de nós tomarmos uma decisão ou corrermos um risco. Se não consegue liderar a sua vida, possivelmente muitos destes pensamentos estão baseados em crenças limitadoras, tais como:
    «Eu não me sinto merecedor de…», pois poderá ter muitos dons e capacidades, mas se não acredita neles, nada se vai realizar. «Não sou suficientemente bom», já pensou por acaso o que tem que acontecer para o ser? «Já sei que não me vai acontecer ter, receber ou ser…» Pois, se já sabe, então não vale a pena mesmo. «Ninguém vai acreditar em mim…» nesse caso, se acreditar e for real para si que ninguém lhe vai dar crédito, como poderá manifestar seja o que for?

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Filipa Lakshmi
Pintora, astróloga e life coach de liderança pessoal
filipalakshmisabrosa@gmail.com
www.filipalakshmisabrosa.com

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