Lugares Santos em Portugal
Igreja do Mosteiro de Nossa Senhora de Arouca, Aveiro
A história do Mosteiro de Arouca é multissecular e acidentada. Inicialmente beneditino, data de pouco antes do ano 925 e teve como primitivos patronos S. Pedro e S. Paulo, S. Cosme e S. Damião. Já na fronteira dos séculos XI e XII surge o patrono D. Tude Viegas que, com seu filho Mónio Rodrigues, obtêm de D. Afonso Henriques, em 1132 e 1143, cartas de couto em benefício do mosteiro. Sem que se saiba porquê o mosteiro foi integrado nos bens da Coroa: D. Sancho deixou-o em testamento à filha D. Mafalda. A festa anual tem lugar a 2 de Maio.
Santuário de Nossa Senhora da Peneda, Gavieira, Arcos de Valdevez
O Santuário de Nossa Senhora da Peneda está construído na serra da Peneda, a 780 metros de altitude e nele se realiza uma das mais concorridas romarias nacionais. Este santuário substituiu uma primitiva ermida, erecta em memória da lendária aparição da Senhora da Peneda no dia 5 de agosto de 1220. Abrigado à sombra da Rocha da Meadinha, o actual Santuário de Nossa Senhora da Peneda não é uma construção de grande antiguidade: a igreja foi construída entre o final do século XVIII e o início do século XIX, terminada em 1875. A sua grande festa anual acontece a 8 de Setembro.
Santuário da Mãe Soberana, Loulé
Aquele que é hoje um importante santuário mariano, no qual se realiza “a maior manifestação religiosa a sul de Fátima”, o Santuário da Mãe Soberana, está localizado em Loulé, a cerca de 2 quilómetros da vila. A primitiva ermida de Nossa Senhora da Piedade foi edificada em 1553, no alto de um cerro.
A meio do século XX foi construído junto da ermida antiga e envolvendo-a numa ampla e arrojada estrutura arquitectónica, um novo templo com capacidade para acolher as multidões que acorrem ao santuário do Domingo de Páscoa e duas semanas depois da Páscoa.
Santuário do Senhor dos Milagres, Milagres, Leiria
O Santuário do Senhor dos Milagres tem exposta num painel, integrado no revestimento de azulejo da capela-mor e datado de 1795, a história do local sacro e as muitas circunstâncias que lhe deram origem. Por aí são dados a conhecer as circunstâncias que envolvem o surgimento do santuário: o ano em que foi iniciado, 1728; a sua razão de ser: o milagre da cura de um homem. Manuel Francisco Mayo, hemiplégico inferior, e as circunstâncias que rodearam o milagre, com menção do milagroso Senhor Jesus de Aveiro, entre outras informações. A grande festa ou peregrinação anual ao Senho dos Milagres realiza-se na segunda semana de Setembro.
Capela de Nossa Senhora da Agonia, Viana do Castelo
O que é hoje o Santuário de Nossa Senhora da Agonia – reconstruído na segunda metade do século XIX – teve origem numa primitiva ermida do século XVI, restaurada no século XVIII. Foi-lhe destinado o terreiro do antigo castelo, que ficou a chamar-se Terreiro da Agonia. No interior da igreja barroca ficou registado em lápide, do lado esquerdo de quem entra, que esta edificação setecentista é devida à vontade de um vianês devoto, de seu nome Bento José Alves. A festa anual, a Romaria da Senhora da Agonia, acontece a 20 de Agosto.
Colegiada de Santa Maria de Guimarães, Guimarães
Conhecer a Igreja ou Colegiada de Nossa senhora da Oliveira é empreender uma peregrinação às raízes da história de Portugal, desde o estabelecimento do pequeno condado governado por D. Henrique de Borgonha e a difícil transformação deste condado em reino de Portugal, com o surgimento do disruptivo príncipe D. Afonso que, em Guimarães, deixou pegadas inapagáveis de história e de lenda. No ano 920 já encontramos à frente da recente fundação o seu primeiro abade, um monge beneditino do Mosteiro de Santo André de Telões. Justo do mosteiro se desenvolveu o burgo que deu origem a Guimarães. A festa anual decorre a 15 de Agosto.
Capela do Senhor da Pedra, Gulpilhares, Vila Nova de Gaia
A Romaria do Senhor da Pedra tornou-se conhecida a muitas léguas de distância, talvez pela aura que cerca a pequena capela hexagonal, preservada da fúria daquele mar setentrional como que por milagre. A capela foi construída em 1686 e está assente num rochedo assente na praia de Miramar, tão próximo do mar que a água por vezes lhe veda o acesso. Julga-se que aquele sítio é local de culto há muitos séculos e que nele foi praticado um culto pagão. Esta ideia de tais cultos pré-cristãos e animalistas é reforçada pela “pegada do Boi Bento”, uma marca visível atrás da capela, na pedra, em forma tosca de ferradura e semelhante a uma pegada de boi. A Romaria do Senhor da Pedra realiza-se anualmente em Gulpilhares, Vila Nova de Gaia sempre no domingo da Santíssima Trindade, oitavo domingo a seguir à Páscoa.
Bom Jesus do Monte, Tenões, Braga
A primeira notícia sobre este local é difusa e refere uma cruz levantada no alto do monte Espinho. Depois, já no ano de 1373, há referência a uma ermida dedicada à Santa Cruz naquele mesmo local. Em 1494 o arcebispo de Braga, D. Jorge da Costa – posteriormente celebrizado como Cardeal de Alpedrinha – mandou ali construir uma segunda ermida, que sobreviveu até 1522, quando o deão da Sé de Braga, D. João da guarda, a mandou substituir por outra, mais ampla. Melhorando as condições de acolhimento, crescia igualmente a frequência devocional ao alto do monte Espinho, o que levou a que, em 1629, o entretanto surgido grupo de zeladores se tivesse constituído em Confraria. Assim nasceu a hoje multissecular Confraria do Bom Jesus de Braga, que mandou por sua vez edificar outra capela e nela entronizou uma imagem de Jesus Cristo crucificado. A Confraria mandou ainda edificar casas para acomodação dos romeiros e instalou nichos em que eram figurados alguns dos Passos da paixão. Em suma, criou condições para a prática devocional pública da Via-Sacra. A festa anual ocorre a 5 de Julho.
Igreja e Ponte de São Gonçalo de Amarante, Amarante
Implantado no centro histórico de Amarante, junto à ponte sobre o rio Tâmega, o Convento de São Gonçalo foi fundado em 1540. Ocupa o lugar onde anteriormente tinha sido levantada a ermida feita para abrigar o túmulo do frade dominicano Frei Gonçalo, a quem se atribui a fundação da vila. A sua construção abrangeu um longo período: iniciada no reinado de D. João II, prolongou-se até ao reinado de D. Filipe I e só terminou no século XVIII. A festa anual é a 10 de Janeiro e no primeiro domingo de Julho.
Capela de Nossa Senhora da Peninha, Colares, Sintra
Encravada num dos maciços graníticos emergentes da serra de Sintra, a
488 metros de altitude, a Capela de Nossa Senhora da Pena (da Peninha,
como é conhecida) arrisca‑se a passar despercebida, oculta como ficou, a
sul, pelo palacete mandado construir em 1918 por Antonio Carvalho Monteiro.
Mas se o palacete do Dr. Carvalho Monteiro, embora enegrecido pelos nevoeiros da serra, e obra recente, já o mesmo não pode dizer-se do conjunto de edificações religiosas da Peninha. Este conjunto, alcandorado no extremo oeste da serra de Sintra, e constituído pela capela do seculo XVII (houve ali, provavelmente, uma primitiva ermida do seculo XII), pelas Casas dos Romeiros, construídas entre 1751 e 1761 e pela Ermida de São Saturnino, esta dos seculos XVI e XVII47. Trata‑se, pois, de um conjunto arquitectónico continuado em épocas diferenciadas. O diminutivo “Peninha” ter-lhe-á sido aposto para diferenciação deste local com o Mosteiro de Nossa Senhora da Pena (1503‑1511), de monges jerónimos, erecto no alto da Pena, que deu origem ao romântico Palacio da Pena.
S. Bento da Porta Aberta, Terras do Bouro, Braga
A ermida que muito depois deu lugar ao santuário de S. Bento da Porta Aberta foi originalmente mandada erguer para que se pudesse celebrar missa no lugar da
Seara da Forcadela, visto este lugar ficar muito distante da igreja paroquial e não ser possível aos fiéis o cumprimento do preceito dominical. O Santuário de São Bento da Porta Aberta é hoje meta de muitas centenas de peregrinos a pé. Tal como acontece com outros grandes centros de peregrinação, foram traçados vários caminhos de São Bento, dos quais os mais conhecidos são os caminhos do Formigueiro, das Pontes, de Montalegre, de Vilar da Veiga e de Lobios. Hoje em dia, as principais peregrinações realizam‑se nos meses de Marco, Julho e Agosto. A romaria tradicional é a 15 de Agosto, a romaria das romarias. Nessa altura concentram‑se no santuário milhares de peregrinos, fazendo jus à fama do santuário, que e, segundo atestam os responsáveis, o mais visitado da Arquidiocese de Braga, assim como o segundo santuário mais visitado de Portugal. As festas decorrem entre 10 e 15 de Agosto.
Igreja de Nossa Senhora de Aires, Viana do Alentejo
Refere uma lenda de origem perdida no tempo que andando Martim Vaqueiro lavrando ali, no termo de Viana, a relha do arado pôs a descoberto uma caixa contendo uma imagem da Senhora. O lavrador tratou de ali erguer uma ermida votiva, onde a imagem ficou exposta a veneração. É esta a lendária história daquela monumental igreja situada na planície. Do final do seculo XVIII, a Igreja da Senhora de Aires, é uma peca impar de arquitectura religiosa barroca implantada em ambiente rural. O surto moderno de devoção a Senhora de Aires vem de 1748, quando em Évora grassou uma enorme epidemia de peste. Aflitos, os comerciantes eborenses prometeram a famosa Senhora de Aires que, se por milagre dela a peste desaparecesse, fariam uma grande festa em sua honra. A Senhora ouviu a promessa e a peste desapareceu. Em cumprimento do prometidoos comerciantes fizeram, em honra da Senhora de Aires, durante três dias, grandiosos festejos. No ano seguinte as festas foram ainda maiores. Afluíram devotos de todo o Alentejo. A festa anual ocorre no quarto domingo de Setembro e, na última semana de Abril, a Romaria da Moita do Ribatejo.
Autoria: Alberto Júlio Silva
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