Mindfulness – 5 dicas para ganhar paz e ser mais feliz, por Laura Sanches
O mindfulness – atenção plena em português – tem vindo a cativar cada vez mais pessoas. É um estado de atenção plena ao momento presente, de forma consciente. Os benefícios do mindfulness são reconhecidos pela ciência e este estado de atenção plena, quando treinado, permite-nos estar mais presentes no nosso dia-a-dia, direcionar mais facilmente a nossa atenção e não ficarmos presos aos julgamentos, preocupações e avaliações que a nossa mente vai rotineiramente fazendo. Em resultado, criamos uma melhor relação connosco e com os outros. A psicóloga Laura Sanches, autora de «Mindfulness para pais» (Manuscrito), partilha 5 dicas fáceis de seguir para aproveitar mais o momento presente.
1. Crie uma rotina de despertar consciente
Em vez de iniciar o dia no piloto automático e saltar da cama assim que o despertador toca, comece por entrar em contacto com o seu corpo, espreguiçando-se de verdade. Antes de sair da cama, tome consciência da sua respiração e de que está a despertar gentilmente cada uma das partes do corpo. Entrar no chuveiro também pode ser um bom momento de pausa se, em vez se estar já a fazer planos para o dia, aproveitar simplesmente para observar todas as sensações dos sentidos: a água no corpo, o som que faz ao cair, o cheiro do gel de banho, etc.
2. Coma com presença
O pequeno-almoço e as outras refeições do dia podem ser também oportunidades para nos treinarmos a estar presentes. Muitas vezes, comemos sem nos darmos conta de que o estamos a fazer e nem saboreamos verdadeiramente os alimentos. Focar a atenção no que está a comer é uma forma de treinar a capacidade de estar presente mas também de fazer escolhas mais conscientes e saudáveis na alimentação, escolhendo alimentos mais nutritivos e tomando consciência de quando está cheio. Numa refeição com atenção plena, podemos cheirar, tocar, saborear e até escutar o som da comida a ser mastigada, deixando que a nossa atenção se foque completamente nesses estímulos.
3. Voltar ao corpo algumas vezes por dia
Hoje em dia sabe-se que a ansiedade está relacionada com o estado de ativação daquela se chama a nossa default-mode network – uma rede neuronal que é ativada sempre que a nossa atenção não está a ser direcionada, ou seja, naquelas situações em que deixamos a nossa atenção correr livremente e ir passando de um pensamento para outro. A ciência tem demonstrado que quanto mais tendência tivermos para ficar neste estado, maior poderá ser também a tendência para estados de ansiedade ou depressão. Por isso é importante treinar a capacidade de trazer a atenção para o presente, que é uma forma de desativar essa rede, logo, de diminuir a ansiedade. A melhor forma de trazer a consciência ao momento presente é entrar em contato com o corpo e com a respiração. Não se trata de os analisar, mas simplesmente de os sentir, de acolher todas as suas sensações, sejam elas quais forem, evitando julgamentos. Podemos fazer isto em momentos pré-definidos, algumas vezes ao longo do nosso dia, durante uma ou duas semanas, até que se torne algo mais habitual e espontâneo.
4. Treine a autocompaixão
Uma das grandes fontes de mal-estar na nossa vida passa por perdermos muito tempo a lutar contra aquilo que sentimos e contra aquilo que pensamos. O mindfulness ensina-nos que a única forma de estarmos em paz e de sermos verdadeiramente felizes passa por aceitarmos aquilo que sentimos e fazermos as pazes com o presente, com a nossa realidade. Mas precisamos de o fazer com uma boa dose de autocompaixão: aceitarmos as nossas angústias, fracassos e receios sem sentir que precisamos de lutar com quem somos ou com o que sentimos para as ultrapassar. Isto não implica uma atitude de passividade mas sim de melhorarmos algo em nós ou nas nossas vidas a partir desta atitude de aceitação e autocompaixão, e não da luta ou autocrítica.
5. Reserve tempo para praticar o mindfulness
Para que tudo isto se torne verdadeiramente possível, é importante que encontremos na nossa rotina diária um espaço para uma prática formal de mindfulness: uma prática em que, pelo menos durante uns 20 minutos diários, ficamos apenas a observar a nossa respiração. É importante para criar novos padrões de funcionamento no nosso cérebro e na nossa vida. Estudos mostram que estes vinte minutos diários podem exercer modificações importantes ao nível da nossa estrutura cerebral, o que, por sua vez, se irá refletir na modificação dos nossos padrões de pensamento e de comportamento, fazendo com que esta atitude de estar mais consciente e presente se torne «automática» e natural nas nossas vidas.
Sobre a autora: Laura Sanches é psicóloga clínica e autora do livro «Mindfulness para Pais» (Manuscrito, 2016)
www.espaco-vida.com
www.presenca.pt/livro/mindfulness-para-pais/
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