Adotar um estilo de vida saudável é importante porque na vida tudo tem o seu tempo. «A única constante é a mudança» (Heráclito). As estações mudam, o Homem muda… Com o tempo, tudo se transforma e nada permanece igual.
Ao longo de um ano, assistimos à chegada de cada uma das estações. Uma após outra, sucedem-se, harmoniosamente, num ciclo sem fim. Ao longo da nossa vida, poderemos, igualmente, assistir à chegada de cada uma delas e de tudo o que cada uma representa.

Woman sitting on bench by the lake contemplating nature

 

«A falta de saúde resulta da maneira como vivemos»
A medicina tradicional chinesa, com mais de 5 mil anos, rege-se pela filosofia taoista. «Tudo está no todo e é imagem do todo». De acordo com esta filosofia, o Homem é parte integrante da Natureza e não se pode dissociar desta sob pena de romper o próprio equilíbrio. A dialética yin/yang (complementaridade dos opostos), aplica-se a todas as manifestações do Universo. As energias Yin/Yang encontram-se, igualmente, no Homem e têm uma importância fundamental no seu equilíbrio e na sua saúde.

No Homem, tal como na Natureza, o yin/yang manifesta-se através dos 5 elementos: Madeira, Fogo, Terra, Metal e Água. A cada um dos cinco elementos, correspondem determinadas características (estação do ano, órgão…).
Na medicina chinesa são 5 as estações: primavera, verão, fim de verão, outono e inverno. Segundo esta sabedoria ancestral, a falta de saúde resulta, em grande parte, da maneira como vivemos, pois esta poderá não estar de acordo com a lei natural que rege o Universo.
Natureza e Homem obedecem às mesmas leis. Só uma vivência integrada promove a saúde e vida harmoniosa. A medicina chinesa (acupunctura, tui na, moxabustão…), confere ao organismo a capacidade de se reequilibrar.

A chegada das estações do ano
À medida que as estações do ano (e da vida) se sucedem, devemos aceitar o convite que, sabiamente, a Natureza nos faz para avaliarmos o estado da nossa saúde e nos ajustarmos ao seu ritmo, tal como Clarice Lispector (escritora) «observo em mim mesma as mudanças da estação: eu claramente mudo com elas».

Com a chegada da Primavera, a energia yang tende para o seu máximo, acompanhando a fase de crescimento da Natureza as pessoas ficam mais pacientes, tolerantes e de bom humor. Para a medicina chinesa, a primavera está relacionada com o elemento Madeira e os órgãos fígado e vesícula biliar.

Entretanto, a primavera dá lugar ao Verão. Nesta estação, a energia yang está no seu máximo, a Natureza atinge o seu auge, as pessoas ficam mais alegres e irradiam calor. Para a medicina chinesa, o verão está relacionado com os órgãos coração e intestino delgado.
No final de verão, a energia do fogo diminui, transformando-se em energia da Terra, nem muito yin, nem muito yang. Neste momento, o ciclo atinge o seu clímax. As 5 fases estão em harmonia, proporcionando uma sensação de bem-estar e plenitude. É o momento de equilíbrio por excelência. O final de verão corresponde aos órgãos baço e pâncreas.

No Outono, o elemento Terra transforma-se em metal. A energia começa a condensar-se, a contrair-se, a voltar-se para o interior. Representa o aperfeiçoamento. É tempo de nos aquietarmos, olharmos para dentro de nós e de nos focarmos no que realmente importa, para deitarmos fora o que já não nos serve e armazenarmos apenas o que nos interessa. É também o momento ideal para assimilarmos as aprendizagens das estações anteriores. Tal como as árvores deixam cair as folhas para poupar a sua essência, também nós devemos deixar ir tudo o que já não nos é útil, com o mesmo objetivo. Só assim teremos força para enfrentar o inverno e chegar à primavera pulsantes de vida. Os órgãos que lhe estão associados são o pulmão e intestino grosso.

O Inverno representa a introspeção. É tempo de gozar o que se armazenou. Apesar do frio, da chuva e do vento, se estivermos bem preparados, tornamo-nos mais generosos, compreensivos e atentos ao calor humano. O inverno está associado ao elemento Água e aos órgãos rins e bexiga. Os rins armazenam a nossa energia vital (JING), que circula no nosso organismo, através de canais (meridianos). Essa energia herdada dos nossos pais (energia ancestral), conjugada com a energia adquirida dos alimentos e do ar é responsável pela nossa vitalidade e longevidade. Com a sua diminuição envelhecemos e ficamos doentes. Com a sua extinção, morremos.
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(*) Por Fernando Fernandes *

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