Dicas essenciais para fortalecer a sua autoestima, por Maria Palha, psicóloga
A expressão «autoestima» normalmente responde à pergunta “como me sinto com quem sou?”. Bem? Mal? Mais ou menos? A nossa autoestima é, em boa parte, construída durante os anos de crescimento, mas também depende da nossa ação no mundo e do feedback que temos. Se tivermos uma baixa autoestima, somos mais inseguro e dependentes da avaliação alheia. Se tivermos melhor autoestima, somos mais seguros e emocionalmente mais estáveis, e dependemos menos da opinião e dos juízos de valor exteriores. A psicóloga Maria Palha, autora de «Uma caixa de primeiros socorros das emoções» (Manuscrito), partilha 5 dicas essenciais para fortalecer a sua autoestima.
1. Cuide de si
Pode parecer difícil ou vago, contudo é importante que consigamos criar momentos para atividades regulares que nos tragam mimo, que nos façam sentir que somos importantes. Se não o fazemos por nós, como podemos esperar que os outros o façam? Pode ser uma atividade física, dormir bem e alimentar-se de forma saudável, ou pequenos rituais que lhe dão prazer no dia a dia, como beber café no seu quiosque preferido a caminho do trabalho, ou ter aqueles 10 minutos de sol no jardim para ler um pouco, ir dançar uma vez por semana, ou fazer aquela receita especial e convidar os amigos para a saborear. Perceba o que lhe dá prazer e reserve tempo para si!
2. Identifique os seus gatilhos da baixa autoestima
Quando nos sentimos frágeis, é comum generalizar e associar o sucedido a pensamentos como “isto aconteceu porque não sou suficientemente bom”, e transformamo-nos em autênticos inspetores do erro. Como se usássemos uma lupa para focar apenas os nossos defeitos. Esta atitude é extremamente contraproducente e injusta, e impede-nos de aprender com a experiência. Daí que seja importante identificar as situações que nos fazem sentir mal, torná-las conscientes e impedi-las de nos enfraquecerem a autoestima. Por exemplo, aquele amigo com quem estamos regularmente, mas que não perde uma oportunidade para fazer comentários desagradáveis, pode ser o gatilho que nos leva a entrar em ciclos de maus pensamentos. Afaste-se dele!
3. Refreie a sua impulsividade
Quando nos sentimos mais frágeis, ou de alguma forma diminuídos, tendemos a reagir impulsiva e defensivamente, como se sentíssemos que nos devemos proteger por uma questão de sobrevivência. Tomando plena consciência do tipo de situação que nos faz sentir mal e reagir de forma defensiva, podemos optar por reações mais sóbrias e controladas, tomando consciência de que não temos necessariamente de nos sentir «atacados» por algo que os outros nos digam ou façam.
4. Aprenda a identificar e a viver as suas emoções
Pode parecer óbvio, mas se não lhes prestamos atenção, frequentemente desligamo-nos do que é importante para nós, não percebemos quais são as nossas necessidades, os nossos limites e por isto, não conseguimos também que os outros o façam, facto que nos leva a sentir desvalorizados. Uma forma de melhorar a autoestima, é sem dúvida “prestar atenção ao que sinto”. Se alguém me faz um desafio novo, consigo entender se me sinto com medo, confiança ou motivação, facto que me permite mais facilmente aceitar ou não o que me é proposto, e acima de tudo, se reconheço o que sinto, conseguirei começar a cuidar de mim, sem exigir isso dos outros.
5. Treine a autocompaixão
Se os nossos níveis de autoestima estão nas ruas da amargura, tendemos a focar-nos circularmente nos erros e defeitos. Em alternativa a isto, a sugestão é treinar uma voz com muito mais autocompaixão: “não foi suficientemente bom, mas pelo menos tentei”, “é difícil para mim, mas vou tentar”, “errei, mas para a próxima esforço-me mais”. Cale aquela voz derrotista dentro de si e troque-a por outra mais apoiante, que lhe dá força e compreende que somos humanos. Com o tempo, vai reparar que essa voz já surge automaticamente, e que a anterior tende a desaparecer: é o seu cérebro a ser moldado para melhor!
Sobre a autora: Maria Palha é psicóloga clínica e autora do livro "Uma caixa de primeiros socorros das emoções" (Manuscrito)
Saiba mais em: www.presenca.pt/livro/uma-caixa-de-primeiros-socorros
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