Comer menos para viver mais, paradoxo alimentar ou estilo de vida saudável? Sendo que para sobreviver precisamos de comida… Mas, será que é a comida que, aos poucos, nos pode matar? Porquê? Parece que para extrair a energia dos alimentos, o corpo produz substâncias oxidantes, os chamados radicais livres que contribuem para o envelhecimento celular. Foi o ponto de partida para vários estudos que chegaram à conclusão de que a restrição calórica seria a maneira mais efetiva encontrada até hoje de prolongar a vida.
Sim, comer bem, tal como comer pouco, resultaria numa vida longa. Muitas das descobertas de médicos, cientistas e nutricionistas, no âmbito da saúde alimentar, fazem sentido para a nossa vida e a qualidade dos alimentos que ingerimos diariamente é, sem dúvida, um elemento-chave na prevenção de doenças e até na cura delas.
No entanto, parece haver um outro elemento na equação comida e vida longa, além da qualidade daquilo que se come: a quantidade. Há já 70 anos que os cientistas descobriram e provaram que um modo infalível de aumentar o tempo de vida dos animais e outras espécies seria cortar a sua ingestão de calorias diárias em 30% a 40%. Funciona em todas as espécies já submetidas a experiências. Tudo leva a crer que o Homo Sapiens não fuja à regra.
Mas, agora, um estudo mais recente começa a revelar o misterioso mecanismo por detrás da pressuposta longevidade como resultado da redução na ingestão de alimentos que aparentemente protege as células contra o envelhecimento e as doenças relacionadas com o avanço da idade.
De acordo com o estudo publicado na revista Cell, a explicação deste fenómeno está relacionada a duas enzimas SIRT3 e SIRT4 da mitocôndria – a central elétrica da célula que, entre outras funções, é responsável por transformar nutrientes em energia. Neste sentido, descobriu-se que, graças à diminuição da ingestão calórica, elevam-se os níveis das duas enzimas, o que leva a um aumento da resistência dessas baterias celulares, prolongando a vida das células e evitando a formação de pequenos buracos ou poros nas suas membranas, que deixariam entrar proteínas que provocariam a morte celular.
Os participantes da pesquisa que se submeteram à dieta apresentaram uma diminuição de peso, da tensão arterial, das taxas de glicose e colesterol e do nível de inflamação celular.
Mas, a dieta de restrição alimentar não é para todos, embora seja interessante conhecer o seu funcionamento, caso haja interesse. No entanto, para todos os outros que não têm a intenção de se privar dos prazeres da vida, diminuindo a sua ingestão alimentar até pouco mais de 1000 calorias diárias, há imensas sugestões saudáveis nesta 3ª edição da revista.
Vamos, então, aprender quais os alimentos que previnem a degeneração celular, vamos conhecer quais são os açúcares invisíveis, a cozedura dos alimentos e como é que a carne vermelha aumenta os riscos e as reincidências dos cancros da mama e do cólon. De mesmo modo, vamos descobrir o impacto da nutrição para travar ou fazer parar os sintomas das doenças da imunidade: os cancros e as doenças autoimunes, das poliartrites à esclerose múltipla e à doença de Alzheimer. Ainda nesta edição, saberá o que fazer no caso de se encontrar perante catástrofes culinárias.
Elisabeth Barnard
Diretora ZenEnergy