Considera-se uma pessoa que procura evoluir, adquirindo novos conhecimentos que lhe permitam melhorar a sua performance no futuro?

Estabelece com frequência, objetivos pessoais e profissionais, está atento aos critérios exigidos e trabalha disciplinadamente para os alcançar?

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Procurar evoluir e melhorar, estabelecer objetivos e critérios pessoais de qualidade e trabalhar firme para a sua concretização, bem como desenvolver tarefas com rigor, são padrões de comportamento naturais que fazem parte da natureza humana. São mesmo imprescindíveis para uma adaptação à sociedade atual, também ela evolutiva, altamente competitiva, onde a excelência e a produtividade são importantes.

Perder o controlo nessa procura, tornando o necessário e desejável numa atitude perfecionista, a ponto de viver num eterno sofrimento, escravo de si, das suas exigências e como um eterno insatisfeito com os resultados, já não é um padrão natural de comportamento, mas sim, autopunição e sintoma de uma disfunção.

Ser-se perfecionista

Muitas pessoas têm orgulho em dizer que são perfecionistas, por associarem esta característica à excelência e considerarem-na como uma virtude!

Mas, na realidade, querer atingir a perfeição em tudo, não é uma virtude/qualidade da qual devamos orgulharmo-nos, pois ser-se perfecionista está muito mais associado à necessidade e ao desejo de agradar aos outros do que à excelência.

Falamos de perfecionismo «quando o ser perfeito é uma necessidade vital que se sobrepõe ao prazer de fazer bem feito»!

O perfecionismo exacerbado rege-se por padrões de perfeição e exigência altamente elevados e inatingíveis que contribuem para uma ‘luta’ constante e permanente insatisfação perante os resultados. Está relacionado com uma baixa autoestima e falta de confiança.

Esta vontade desenfreada de conseguir resultados perfeitos não contempla o erro nem a mudança. Eles são consequência de atitudes negligentes perante os resultados que se pretendem alcançar.

Para o psicólogo Gordon Flett, os perfecionistas sentem-se incapazes e esforçam-se muito para evitar o fracasso. O seu principal desafio é aceitarem que a perfeição não existe e que perder, também faz parte da vida.

São pessoas que dão muita atenção aos detalhes, sentem-se bem a organizar, têm um grande sentido de responsabilidade. Dificilmente começam uma tarefa, da qual não tenham o mínimo de garantia que a vão executar com o nível de excelência e perfeição pretendidos por si, o que os pode levar a procrastinar e a privarem-se de uma excelente oportunidade de aprendizagem e desafio dos seus limites.

Quando a busca da perfeição se transforma em autopunição

Como ultrapassar?

  • O primeiro passo é perceber que a perfeição é uma ilusão inatingível e que ser perfecionista, que considera como qualidade, é uma disfunção que o conduz à escravização, autopunição e assenta na sua necessidade de autoconfiança.
  • Confronte os medos que estão na génese da sua atitude perfecionista: O que receia? O que o leva a recear isso? O que está ao seu alcance fazer? Em que medida essa sua ação contribui para mudar a sua atitude?
  • Reconheça que o sucesso não se ganha mas conquista-se, passo a passo. Não tenha medo de errar, muito do que sabemos hoje aprendemos com alguns erros. Importa sim, perceber que estes são uma demonstração clara de como não devemos fazer, contribuindo para uma maior clareza do caminho a seguir.
  • Permita-se ser surpreendido! Por vezes, as melhores oportunidades surgem quando menos estamos à espera. Permita-se estar preparado para as descobrir e aproveitar.
  • Não receie mudar ou alterar alguma etapa do seu percurso. Frequentemente, é no terreno que surgem oportunidades para perceber pormenores que fazem uma grande diferença.
  • Aproveite a dedicação e empenho que coloca para atingir os seus objetivos, concentrando-se e desfrutando mais do processo de execução das diversas atividades ao invés de se focar apenas no resultado final.
  • Preocupe-se em fazer bem feito ao invés de fazer perfeito!
  • Não permita que o desejo de ser aceite pelos outros, demonstrando ser perfeito, atropele o seu verdadeiro ser e querer! Esteja consciente de que não tem de agradar ao mundo inteiro.
  • Viva mais o presente! Permita-se e permita a todos os que estão a seu lado a oportunidade de desfrutarem da vida e divertirem-se.
  • Sente que sozinho tem dificuldade em tomar uma atitude para ultrapassar esta situação? Procure ajuda profissional!

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Teresa Sousa
Coach Profissional, Psicóloga
Consultora/Formadora na Área Comportamental e de Recursos Humanos
Associada da Apcoaching
www.coachingmais.com
teresa.sousa@coachingmais.com

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