10 regras para uma casa mais saudável
Sabe como prevenir que os eletrodomésticos, as telecomunicações, os elementos decorativos, os materiais de construção ou as radiações do exterior prejudiquem a saúde e o bem-estar em sua casa? Conheça estas 10 regras para uma casa mais saudável.
1- Orientação solar e iluminação natural
As casas, ou melhor dizendo, as fachadas, janelas, varandas, etc., devem ser orientadas em função do movimento do sol ao longo do dia e das diferentes estações do ano para permitir um aproveitamento consciente e eficaz da radiação solar ao mesmo tempo que nos protege dos ventos dominantes e do frio. O mesmo critério deve ser seguido na conceção e organização dos espaços interiores.
Lembre-se que uma boa fonte de luz natural é indispensável para um estado pleno de saúde e bem-estar. O sol é aquele que nos dá a vida, logo devemos deixar que a sua luz penetre pelos envidraçados da casa até ao limite de a aquecer em demasia. Quando tal é insuficiente, seja por questões arquitetónicas ou pelo tardar da hora, tente colmatar esta lacuna de forma eficaz com recurso a iluminação artificial adequada.
2- Materiais de construção e decoração naturais
Os materiais de construção são a pele que reveste o edifício e devem-se comportar como uma verdadeira pele biológica possibilitando uma respiração adequada e uma proteção térmica, acústica e higrométrica eficaz. Uma boa ou má escolha determinará o nível de contaminação do ar, ruído, iluminação, temperatura ambiente, e até mesmo a integridade do campo magnético terrestre.
Logo, independentemente do espaço em causa, quando o tema são os materiais de construção/decoração, a regra é sempre a mesma: “quanto mais natural melhor”.
3- Limitar a exposição a campos elétricos e eletromagnéticos
Os eletrodomésticos, os computadores, os telemóveis, os tablets, a tecnologia sem-fios, etc. facilitam-nos muito a vida dentro de casa, mas é necessário utilizá-los corretamente para diminuir o nível de exposição a campos elétricos e eletromagnéticos que estamos sujeitos no interior de nossas casas.
Vários são os estudos científicos que comprovam os seus efeitos nefastos para a saúde humana, estando cada vez mais doenças a serem associadas a esta fonte de contaminação ambiental, tais como doenças oncológicas e neurodegenerativas.
Uma, entre muitas regras simples, a seguir, é desligar todos os equipamentos e/ou sistemas elétricos e eletrónicos, no quarto, durante a noite.
4- Ausência de substâncias químicas
Hoje, na sociedade contemporânea, trouxemos para o interior das nossas casas um inimigo perigosíssimo, as substâncias químicas. Aliás a “Agência de Proteção Ambiental Americana” concluiu que os níveis de contaminação do ar interior podem ser até dez vezes superiores aos do ar exterior.
Evite produtos de elevada toxicidade e dê preferência a produtos mais naturais e ecológicos (ambientadores, detergentes, etc.) que hoje em dia já encontra facilmente no mercado.
5- O “Bom lugar” para locais de longa permanência
Existem fontes de radiação natural presentes no subsolo terrestre, tais como linhas de água subterrânea, cruzamentos de redes geomagnéticas, etc. que podem, eventualmente, ser altamente perigosas para o bom funcionamento do nosso organismo. Tais fontes podem estar presentes em qualquer recanto das nossas casas devendo ser detetadas e evitadas nos locais de longa permanência (cama, sofá, secretária de trabalho, etc.).
6- Organização, limpeza e ventilação natural
Uma família equilibrada, saudável e feliz obrigatoriamente vive numa casa minimamente organizada, limpa e ventilada. Em pleno século XXI ninguém coloca em causa estas regras fundamentais, é certo! Mas quando se trata de ventilação natural, surpreendentemente, tal é insuficiente numa grande maioria das casas portuguesas. Seja verão ou inverno, faça chuva ou sol, ventile a sua casa 10 minutos pela manhã, para que haja uma renovação do ar adequada, evitando assim a concentração de tóxicos nefastos.
7- Humidade, temperatura e ruído adequados
A temperatura mais confortável para o homem situa-se entre 18-24ºC, com uma humidade relativa do ar entre os 40-60% (acima dos 70% os espaços tornam-se frios e desagradáveis) e uma ventilação com movimento regular de ar entre 6-10m3 por minuto. Tais condições permitem evitar problemas de saúde mais ou menos graves, principalmente, do foro respiratório.
Outro fator importante para uma casa saudável é o bem estar acústico. Está mais do que comprovado que a poluição sonora é altamente nefasta à saúde dos seres humanos, sendo que a OMS estabelece como limite de tolerância ao ruído 65 dB. As patologias mais associadas a esta fonte de contaminação são os problemas auditivos que podem chegar a estados de surdez.
8- Água de boa qualidade
A água é parte intrínseca das nossas células sendo essencial em todos os processos biológicos, bem como na maioria das funções vitais do nosso organismo. Como tal é inquestionável que a sua qualidade e vitalidade possa condicionar o nosso estado de saúde. Sendo um bem essencial à vida, é imperativo que chegue a nossas casas com a qualidade necessária (pH adequado, ausência de componentes químicos, excesso de resíduos, bactérias, etc.) para nos potenciar um estado de saúde pleno.
Realize uma análise laboratorial e dependendo dos resultados, se necessário, proceda à instalação de filtros/purificadores adequados.
9- Plantas naturais
Traga a natureza para o interior da sua casa! Não se engane com cópias artificiais de plantas naturais... essas, são simples acumuladores de pó e eletricidade estática! Encha a sua casa de plantas naturais que tragam vida e cor ao espaço; para além de serem excelentes purificadores do ar e reguladores acústicos. Um espaço saudável tem plantas naturais saudáveis na medida em que, regra geral, o estado de saúde das plantas é um excelente barómetro do grau de salubridade de um espaço.
10- Decoração harmoniosa
O conceito “decoração harmoniosa” é um pouco subjetivo, mas existe uma regra fundamental: a nossa habitação deve estar decorada ao nosso gosto. A nossa casa é o nosso refúgio e deve ser sentido e vivenciado como tal. Evidentemente que existem algumas regras que deve conhecer e seguir. Opte por móveis simples e arredondados, sem arestas acentuadas; e lembre-se, um equilíbrio perfeito entre forma/função evitará objetos desnecessários e tornará o ambiente mais propício ao descanso e ao relaxamento. Para além de que os objetos inúteis são perturbadores, tornam o espaço confuso, desorganizado e acumulam o tão indesejável pó.
Autoria: Marcelina Guimarães e Miguel Fernandes, especialistas em bio-habitabilidade e geobiologia, e autores de Uma Casa Mais saudável, Uma Família Mais Feliz (Esfera dos Livros).
Saiba mais em: www.esferadoslivros.pt/livros.php?id_li=536
Se gosto de conhecer estas 10 regras para uma casa mais saudável, conheça também boas dicas de nutrição: saiba quais as quantidades certas de cada alimento. Conheça ainda boas dicas de decoração: saiba porque é que menos é mais e porque é que reciclar está na moda.